Dente-de-leão: nutritiva e medicinal na medida certa

//

Marilua Feitoza

  • Nome Científico: Taraxacum officinale F.H Wigg. 
  • Sinonímia: Chondrilla taraxacum (L.) Stokes; Crepis taraxacum (L.) Stokes; Leontodon officinalis (FHWigg.) JFGmel. 
  • Nome popular: Dente-de-leão, dente-de-leão-dos-jardins, taraxo, chicória-silvestre. 
  • Família botânica: Asteraceae. 
  • Partes comestíveis: Raiz, folhas e flores. 
  • Como comer: As folhas cruas, refogadas e cozidas. Raízes cozidas em forma de chá. Flores cruas ou salteadas. 

O dente-de-leão é uma planta ruderal e cosmopolita que acompanha a humanidade desde os primórdios. Sua área de distribuição nativa está localizada nas regiões temperadas, como por exemplo, em países europeus e do hemisfério Norte. Esta erva foi introduzida e naturalizada em vários outros países, entre eles, o Brasil, onde nasce espontaneamente nas regiões Sul e Sudeste, em hortas, quintais, pastos, pomares, terrenos baldios e gramados. 

O dente-de-leão é uma planta herbácea, perene, sem caule, com raiz tuberosa e pivotante. Suas folhas nascem diretamente do chão (em formato de roseta), recortadas profundamente, com comprimento de 15 a 25 cm de comprimento. Suas inflorescências são de cor amarela-intenso, reunidas em capítulos solitários, situados no ápice de caules florais ocos, medindo entre 5 e 15 cm de diâmetro. Seus frutos são aquênios escuros e finos, contendo em uma das extremidades um chumaço branco de pelos que facilitam a sua flutuação no vento (“pompom”).  

As folhas frescas de dente-de-leão podem ser consumidas cruas na salada

Verdura de consumo tradicional  

O dente-de-leão é amplamente consumido como verdura tradicional em países europeus (França, Itália, Grécia), na Ásia (Coreia e China) e na América do Norte, onde é frequentemente utilizado em saladas, sopas e refogados. Suas folhas podem ser consumidas cruas ou cozidas, substituindo, por exemplo, a rúcula e o agrião em saladas e no suco verde.  

Outras maneiras de uso na culinária das folhas de dente-de-leão são na polenta-mole, no frango cozido, no feijão, e na finalização do arroz. Além das folhas, as flores e as raízes do dente-de-leão são comestíveis. A raiz pode ser cozida e incorporada em ensopados ou no preparo de chás medicinais. As flores podem ser ingeridas cruas, empanadas ou levemente refogadas.  

Nutritivo e medicinal 

O dente-de-leão tem alto valor nutricional e medicinal.  Entre os seus nutrientes, destacam-se boas quantidades de vitamina A, K e C, ácido fólico, potássio e cálcio. Suas folhas são consideradas excelente diurético, além de serem indicadas para limpar o sangue e as impurezas do fígado. O consumo regular desta planta pode proporcionar inúmeros benefícios à saúde, como proteção contra doenças como anemia, cirrose hepática e reumatismo. 

O dente-de-leão é rico em vitamina A, K e C, ácido fólico, potássio e cálcio

Evidências científicas apontam o dente-de-leão possui propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes, atribuídas principalmente aos fenólicos, que estão principalmente mais concentrados nas folhas do que nas raízes. Portanto, é possível afirmar que, o dente-de-leão é um alimento funcional, de fácil acesso, repleto de princípios ativos que podem ajudar na manutenção de uma saúde melhor e mais equilibrada. 

Referências bibliográficas 

  1. FEITOZA, Marilua de Carvalho. PANC 2, Plantas Alimentícias Não Convencionais: Plantas e Receitas Veganas com Fotos. Ed. 1, São Paulo, Editora Europa, 2022. 
  2. HORTO DIDÁTICO PLANTAS MEDICINAIS DO HU/CCS. https://hortodidatico.ufsc.br/dente-de-leao/, acessado em 2024. 
  3. KINNUP, Valdely Ferreira; LORENZI, Harri. Plantas alimentícias não convencionais (PANC) no Brasil: guia de identificação, aspectos nutricionais e receitas ilustradas. 2. ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum de Estudos da Flora LTDA, 2015. 
  4. KOUR, Jasmeet et al. Dandelion. Antioxidants in Vegetables and Nuts-Properties and Health Benefits, p. 237-248, 2020. 
  5. LWIN, Myat Kay Thwe. Study on botanical characters and preliminary chemical composition of dandelion leaves Taraxacum officinale FH Wigg. In: Proceedings of the 2nd Myanmar-Korea Conference Research Journal, Yangon, Mjanma. 2019. 
  6. RANIERI, Guilherme. Matos de Comer: identificação de plantas comestíveis. 1. ed. São Paulo: publicação independente, 2021. 
  7. ROYAL BOTANICO GARDENS KEW. https://powo.science.kew.org/results?q=Taraxacum%20officinale, acessado em 2024. 
  8. TALOŞ-FAZEKAS, Ioana et al. Research on the obtaining of gluten free pasta made of vegetal powders fortified with dandelion extract rich in bioactive compounds with functional role. 2020.
Logo Marilua
Conheça meus Livros