- Nome científico: Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville
- Sinonímia: Stryphnodendron barbadetiman (Vell.) Mart.;Acácia adstringens Mart.; Mimosa barbadetiman Vell.
- Nome popular: Barbatimão, barbatimão-verdadeiro, casca-da-virgindade.
- Família botânica: Fabaceae.
- Parte medicinal: Folhas, cascas do tronco e galhos.
- Formas de uso: Compressa, banho de assento, pomada, unguento, sabonete, gel, óleo corporal.
- Indicação: Cortes infectados, feridas, herpes, candidiase, HPV, corrimentos em geral, pós-parto e no pós-cirúrgico.
- Contraindicação: É contraindicada a ingestão do chá, tintura e garrafadas.
O barbatimão (Stryphnodendron adstringens) emerge como uma das árvores nativas brasileiras mais importantes da medicina popular, especialmente no tratamento de feridas, infecções e problemas de saúde relacionados à saúde da mulher. A casca do caule, folhas e galhos da planta, em particular, têm sido historicamente empregados de forma tópica, por meio do chá ou de garrafadas, como anti-inflamatório, antiséptico, adstringente e antibiótico natural.
Para a saúde íntima da mulher, os preparos fitoterápicos caseiros à base de barbatimão são amplamente empregados na medicina popular, sobretudo nas regiões onde a árvore nasce espontaneamente. Mulheres de comunidades rurais e quilombolas que habitam especialmente os biomas Cerrado e a Caatinga, usam o chá concentrado da planta e garrafadas medicinais para tratar diversas doenças ginecológicas. O banho de assento, por meio do chá, é um dos preparos mais tradicionais, utilizado para tratar candidíase, infecção urinária, problemas bacterianos em geral, hemorroidas, entre outros. Inclusive, a indústria já está de olho nas propriedades medicinais da planta e lançou sabonetes íntimos de barbatimão que estão sendo comercializados para uso preventivo de doenças ginecológicas.
Além de tratar problemas relacionados à saúde da mulher, o barbatimão é indicado para a saúde da pele, especialmente na cicatrização de úlceras e afecções cutâneas. Chás produzidos a partir das cascas do tronco ou dos galhos, além de tinturas e garrafadas, são usualmente utilizados em forma de compressa, lavagem de feridas, escalda-pés e cataplasmas.
Tradicionalmente, o uso do barbatimão como planta anti-inflamatória, adstringente, cicatrizante e antisséptica, está consolidado. Estudos científicos confirmam as diversas atividades biológicas benéficas e resolutivas já conhecidas pelas populações tradicionais. Entre elas, a potente ação anti-inflamatória, ação adstringente, antioxidante, antifúngica e antimicrobiana. Essas e outras propriedades medicinais são atribuídas à presença de um complexo conjunto de taninos, substâncias que se destacam pela capacidade de precipitar proteínas, promovendo, dessa maneira, a contração e a proteção dos tecidos da pele. Além dos taninos, o barbatimão possui alcaloides, flavonoides, terpenos, estilbenos e esteroides, que contribuem para a cicatrização e a desinfecção da pele e das mucosas.
É importante alertar para os perigos da ingestão de preparos fitoterápicos à base de barbatimão. O alto índice de taninos encontrados na planta, segundo estudos científicos, podem ser perigosos se ingeridos em altas concentrações. O consumo excessivo ou prolongado do chá ou da garrafada de barbatimão, por exemplo, podem levar à toxicidade hepática e renal, irritação gastrointestinal, constipação e até câncer estomacal. Por isso, a recomendação é utilizar o barbatimão apenas em usos externos (tópico).
Referências bibliográficas
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