Conheça as diferentes espécies de picão e suas formas de uso

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Marilua Feitoza

  • Nome científico: Bidens spp.
  • Sinonímia: Bidens affinis Klotzsch & Otto; Bidens alausensis Kunth; Coreopsis alba L.; Bidens adhaerescens Vell.
  • Nome popular: Picão, picão-branco, picão-preto, carrapicho, erva-picão.
  • Família botânica: Asteraceae.
  • Parte medicinal: Folhas e ramos foliares.
  • Formas de uso: Banho de assento, compressa, chá, tintura e pomada à base de tintura.
  • Indicação: Infecção urinária, icterícia, inflamações na pele, gripe e resfriado.
  • Contraindicações: É contraindicado para gestantes e lactantes. Em doses mais altas, podem ocorrer tontura e fraqueza.

Entre as espécies do gênero Bidens, conhecidas popularmente como “picão”, a Bidens pilosa, a Bidens alba e a Bidens subalternans, são as mais conhecidas em território brasileiro pelos seus usos tradicionais na medicina caseira. O picão é uma erva ruderal que costuma vegetar em quintais, hortas, terrenos baldios e pomares, e utilizado tradicionalmente para uma ampla gama de doenças inflamatórias e infecciosas. 

Esta é a espécie Bidens alba (picão-branco) que apresenta pétalas brancas ao redor das inflorescências amarelas. Foto: Marilua
A espécie Bidens pilosa (picão-preto) não possui pétalas. Apenas a inflorescência amarela em forma de pincel. Foto: Marilua

O gênero Bidens spp., certamente, possui uma longa história de uso medicinal no Brasil, sobretudo entre os povos indígenas. Na etnobotânica, a erva é descrita pelo seu uso no tratamento de infecções urinárias, vaginais e candidíase. No tratamento de infecções urinárias, por exemplo, o chá de picão é ingerido, geralmente na forma de três xícaras ao dia, em consórcio com o banho de assento, também feito à base do chá.

O picão tem outro uso clássico na medicina popular. O banho de ervas a partir do chá da planta é considerado remédio tradicional para o tratamento de crianças que nascem com icterícia (amarelamento da pele e dos olhos causado pelo acúmulo de bilirrubina no sangue). Evidências científicas apontam que preparos a partir de folhas de picão (chá e tintura) são bactericidas, antivirais e anti-inflamatórios, com potencial de tratar distúrbios mestruais e desinteria, por exemplo. As folhas do picão são também nutritivas, além de medicinais. Nelas, são encontradas proteínas, lipídios, ferro, magnésio, zinco e fibras.

Bidens subalternans, outra espécie de picão-preto presente no território brasileiro. Tanto as inflorescências quanto as pétalas, são amareladas

As espécies Bidens pilosa, B. alba e B. subalternans possuem propriedades medicinais similares e podem ser utilizadas em forma de infusão (para ingestão), infusão como base para banho de assento, compressa e banhos de ervas, tintura e garrafada medicinal, além de pomada (a partir da tintura). 

Referências bibliográficas

  • RODRIGUES, A. C. C.; GUEDES, Maria LS. Utilização de plantas medicinais no Povoado Sapucaia, Cruz das Almas–Bahia. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v. 8, n. 2, p. 1-7, 2006.
  • MAGALHÃES, Odivani Patrocínio et al. Ação medicinal do extrato de picão preto (Bidens pilosa). PUBVET, v. 17, p. 95, 2022.
  • BORGES, Anelise Miritz; COSTA, Natalia Rosiely. PLANTAS MEDICINAIS UTILIZADAS NA SAUDE DA MULHER NO BRASIL.
  • CORAL, Jadna Rosso et al. BIDENS PILOSA L.(PICÃO-PRETO): ASPECTOS ETNOBOTÂNICOS, TERAPÊUTICOS E ALIMENTARES. Ethnoscientia-Brazilian Journal of Ethnobiology and Ethnoecology, v. 9, n. 2, p. 51-68.
  • GILBERT, Benjamin; ALVES, Lucio Ferreira; FAVORETO, Rita. Bidens pilosa L. Asteraceae (Compositae; subfamília Heliantheae). Revista Fitos, v. 8, n. 1, 2013.
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