- Nome Científico: Erechtites valerianifolius (Wolf) DC.
- Sinonímias: Cacalia prenanthoides Kunth; Senecio valerianifolius Gardner.
- Nome popular: Capiçoba, maria-gomes, gondó, caruru-amargo.
- Família: Asteraceae.
- Partes comestíveis: Folhas e ramos.
- Como comer: Preferencialmente após cozimento.
- Formas de uso: Sopas, caldos, polenta mole, frango cozido, bolinho, refogada no alho e óleo.
A capiçoba, conhecida também por caruru-amargo, é uma erva anual que nasce espontaneamente do México à América do Sul, incluindo o Brasil, onde sua distribuição geográfica está confirmada nas regiões Norte, Nordeste, Centro-oeste, Sudeste e Sul. Trata-se de uma espécie sazonal, que aparece e desaparece em hortas, quintais, terrenos baldios e beiras de estradas, ao longo do ano. No Sul e no Sudeste do Brasil, a capiçoba costuma surgir nas estações mais frias, já nas regiões mais quentes do território brasileiro, a planta nasce na época das chuvas.
Muito aromática, esta PANC possui entre 50 e 1,20 de altura, com folhas profundamente recortadas, revertidas com pequenos pelos, de coloração verde na face superior e roxa na parte inferior. As flores são em forma de pincel, na cor creme ou rosa.
Como utilizar na culinária
Consumida tradicionalmente como alimento em algumas regiões do Sul e Sudeste do Brasil, as folhas e ramos da capiçoba são utilizados na culinária cotidiana de comunidades rurais e tradicionais, onde o conhecimento sobre plantas alimentícias silvstres é transmitido de geração em geração. Nessas regiões, as folhas e ramos recém-colhidos da capiçoba são consumidos cozidos ou refogadas em diversos pratos, como sopas, na galinha cozida, tortas, omeletes e refogados. O sabor desta hortaliça não convencional é descrito como levemente amargo e semelhante ao espinafre.
A capiçoba é uma planta alimentícia muito nutritiva, rica em vitamina A e vitamina C. Além disso, ela possui em sua composição: cálcio, ferro, potássio e magnésio. Algo importante em se destacar é que o seu consumo deve ser moderado. Isso porque suas folhas possuem alcaloides pirrolizidínicos, que podem ser tóxicos para o fígado em altas doses ou após o consumo prolongado. Além disso, ainda são poucos os estudos científicos sobre o consumo humano da planta.
Referências bibliográficas
- FEITOZA, Marilua de Carvalho. Consumo de Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) entre famílias em vulnerabilidade social e insegurança alimentar no Vale do Ribeira, São Paulo. 2023.
- FEITOZA, Marilua de Carvalho. Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) em Quintais Urbanos de Registro, Vale do Ribeira, São Paulo, Brasil. Publicação fruto de sua pesquisa de mestrado, 2023.
- KINNUP, Valdely Ferreira; LORENZI, Harri. Plantas alimentícias não convencionais (PANC) no Brasil: guia de identificação, aspectos nutricionais e receitas ilustradas. 2. ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum de Estudos da Flora LTDA, 2015.
- KINUPP, Valdely Ferreira; BARROS, Ingrid Bergman Inchausti de. Teores de proteína e minerais de espécies nativas, potenciais hortaliças e frutas. Food Science and Technology, v. 28, p. 846-857, 2008.
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